Sunday, July 31, 2005

Parecidos razonables






Que Deus guie a mão dos lisboetas
e livrai-os do mal
e de um futuro colorido








np: "I Wanna Be Adored", Stone Roses.

Thursday, July 28, 2005

Arraial season

Aqui na Madeira, a silly season é coisa que não existe. Quando chega o Verão, quase todos os fins-de-semana são preenchidos pelos arraiais regionais, verdadeiros eventos culturais capazes de fazer concorrência às actividades menos convencionais do mais arreigado aktionist, em que toda a gente comunga num espírito de regresso às nossas raízes colectivas, e que, depois de acabados, devolvem aos participantes a energia primordial que permite enfrentar as outras 3 estações do ano com uma perna às costas.

O ambiente é (predominantemente) descontraído e de festa (desde que um gajo não se meta à bruta num braseiro feito por outra pessoa, acção que pode degenerar nuns pampilhões) e, a bem da verdade, quem é que resiste a comer com as mãos um bom pedaço de espetada acabado de assar, com o sangue a escorrer pelas mãos e queixo abaixo, regado por um quarto de litro de vinho seco com laranjada?

Hermann Nitsch, rói-te de inveja!

Outro arraial

np: "Linger Ficken' Good", Revolting Cocks.

Tuesday, July 26, 2005

Eu audioscrobblo que me farto

Mas parece que aquilo ainda não está a funcionar muito bem.

O que tenho ouvido?

Audioscrobblem vocês também!

Dêem uma hipótese ao homem!


Um histórico da ala esquerda do PS, poeta, sem escândalos associados ao seu nome (que se conheça). Quem melhor para Presidente da República, figura fortemente simbólica?

Eu já estava a apostar nele no último congresso, mas infelizmente o Sócrates ganhou. Agora, chegou a sua hora.

Alegre é fixe!

np: "Destroy 2000 Years Of Culture", Atari Teenage Riot.

Friday, July 22, 2005

Lisboa 5 - Fora de Lisboa

O dia começou mal. Apanhámos o autocarro para ir à rent-a-car alugar o carro e, quando já íamos a meio caminho, lembrei-me que tinha-me esquecido de levar o cartão de crédito (o tal do "Don't leave home without it"). Tivemos que voltar atrás, o que foi uma seca, mas não íamos chorar sobre o leite derramado, sobretudo quando daí a algumas horas estaríamos no TROMBA RIJA, que, apesar do nome, tem muitas razões para ser famoso, e nenhuma delas tem a ver com leite.

Na rent-a-car passaram-nos para as unhas um Hyndai Getz, 1.1, a gasolina, que até andava bem, mas não tinha colete reflector: "Amigo, você não tem problemas nenhuns. Se apanhar alguma multa, a responsabilidade é toda nossa." Fomos à confiança.Saímos de Lisboa, pela auto-estrada, seguimos as indicações que estão no site e não tivemos problemas em lá chegar.

Multiply
A banda sonora desta viagem foi o álbum Multiply, de Jamie Lidell, até a passageira que ia ao meu lado não se conseguir conter mais e ter mudado para rádio, fazendo alguns comentários menos próprios sobre o estilo musical do disco em causa e chegando mesmo ao ponto de dizer algumas obscenidades sobre o artista. Pela minha parte, não o conhecia (nem dos Super_Collider, nem de quando ele veio tocar à Madeira) e tudo o que posso dizer neste momento sobre o disco é: tem que ser melhor digerido.

Digerir, e muito, foi o que foi preciso fazer no verdadeiro jardim de delícias que é o Tromba Rija. Apresentámo-nos à chegada (eu tinha reservado) e encaminharam-nos logo para a sala das entradas, dizendo-nos que quando saíssemos já teríamos uma mesa composta à nossa espera. E tinham mesmo. Pedimos vinho (tinto, claro) e trouxeram-nos uma garrafa de um do Ribatejo (cujo nome não me recordo). Na sala das entradas tinha de tudo um pouco do que é comestível, como pude comprovar das três vezes que lá fui (saindo sempre com o prato bem recheado). Não houve espaço estomacal para o prato principal, mas ainda coube umas amostras das sobremesas.
Sendo a nobre casa Tromba Rija uma instituição com cerca de 50 anos, é natural que o pessoal que lá trabalha já se tenha apercebido de certos comportamentos dos clientes, como por exemplo que: a partir das sobremesas já ninguém se consegue levantar, tal é o inchaço das suas reverendas panças. Assim (pelo menos, suponho que seja por isto), a partir das sobremesas, o resto das coisas são trazidas à mesa: a travessa de frutas, a bica, o porto, a aguardente, a amêndoa amarga, a água com gás, os frutos secos, e finalmente, la piéce de resistance, o saquinho com tabaco e mortalhas.Resumindo: a comida é boa, o serviço atencioso e a atenção para que não nos falte nada é tanta, que fiquei com um peso na consciência por ter fanado o cinzeiro.

Fananço


np: "Grand Guignol", Naked City.

Wednesday, July 20, 2005

Lisboa 4 - Aquém Tejo

Seguimos o conselho de um colega de trabalho e fizemos intenções de ir jantar ao Mal Amanhado. Não conhecíamos. Era na Praça da Alegria. Não conhecíamos. Era ao pé do Parque Mayer. Ah!
Cartão de visita
Sempre fomos, e não nos arrependemos. Os bifinhos de pata negra com molho de coentros e acompanhados de migas e batata frita às rodelas estavam deliciosos. Pedimos, implorámos e chorámos por mais, mas não, disseram-nos que não podia ser, que o que era aquilo, que o que nós queríamos sabiam eles.

Saímos ainda era cedo. Que fazer senão ir ao Pavilhão Chinês, conhecer aquilo?
Vimos uma seta apontada para cima que dizia: "Princípe Real", e, sabendo que o Pavilhão Chinês fica prós lados desta praça, descemos para o Rossio, demos duas voltas às paralelas e perpendiculares da baixa, subimos ao Largo do Camões, distraímo-nos e perdemo-nos, voltamos ao Camões, e finalmente chegámos ao Princípe Real, onde aninhámos o carro num lugar que parecia que estava mesmo à nossa espera (uma espécie de casinha envidraçada, com um dos lados abertos, e uma placa amarela que dizia: "CARRIS").
Chegámos ao Pavilhão Chinês, tocámos à campainha, fomos bem-educados e eles também. Gostámos do que vimos, bebemos, conversámos, fumámos, e fomos embora para casa poupar energias, que o melhor ainda estava para vir.

np: "Queda Do Império", Vitorino.

Haloscan!

Isto é o que eles dizem:
Haloscan commenting and trackback have been added to this blog.

O que não dizem é que os comentários antigos anteriores à instalação do Haloscan desaparecem. Desde já, as nossas desculpas.

np: "Your Call's Very Important To Us. Please Hold.", Sparks.

Tuesday, July 19, 2005

Alguém que me aproveite!

Só ontem, marquei uns... para não mentir, uns 50 golos.
Resultado final: 19-9.

np: "The Great Pretender", Freddie Mercury.

Sunday, July 17, 2005

Nouvelle Vague

Imaginem isto: um disco de músicas dos fins dos anos 70/princípio dos anos 80, músicas escuras, a roçar o depressivo, o gótico; músicas que expressavam desprezo pelas gerações passadas e desinteresse pelas gerações vindouras.
Agora dêem-lhes um toque de bossa nova e ritmos das chamadas novas tendências e com o que é que ficam? Nouvelle Vague.

Nouvelle Vague

Encontrei este disco por acaso, na Fnac, enquanto procurava algo do género para a dama lá de casa. O que me chamou a atenção foi a capa. Levei para ouvir e a música que ouvi era mesmo o que estava à espera que fosse: uma música calma, relaxante, que passa por lounge. O diabo (que costuma se esconder nos detalhes) eram as letras: eu conhecia a letra da primeira música, e a da segunda, e a da terceira e a da quarta, apesar de que, com a música que as acompanhavam, me parecerem irremediavelmente deslocadas (principalmente a da terceira - estes gajos andavam a brincar com uma música, já de si perfeita, dos mais que perfeitos Tuxedomoon. Qué que se passa?!?).

Eu não queria gostar deste objecto estranho que estava a brincar com a minha memória (My Precious!). Era como se o facto de me ver a gostar deste disco equivalesse a renunciar aos meus ideais de outrora (e de sempre?), muitos deles moldados com a ajuda de alguns destes grupos (destaque outra vez para os Tuxedomoon.)
Mas afinal, se se passa alguma coisa, é comigo, pois as músicas não me saem da cabeça.
Aqui vai o alinhamento para os mais curiosos:


  • "Love Will Tear Us Apart" (original dos Joy Division)
  • "Just Can't Get Enough" (original dos Depeche Mode)
  • "In A Manner Of Speaking" (original dos Tuxedomoon)
  • "Guns Of Brixton" (original dos The Clash)
  • "This Is Not A Love Song" (original dos P.I.L.)
  • "Too Drunk To Fuck" (original dos The Dead Kennedys)
  • "Marian" (original dos The Sisters Of Mercy)
  • "Making Plans For Nigel" (original dos XTC)
  • "A Forest" (original dos The Cure)
  • "I Melt With You" (original dos Modern English)
  • "Teenage Kicks" (original dos The Undertones)
  • "Psyche" (original dos Killing Joke)
  • "Friday Night Saturday Morning" (original dos The Specials)
  • "Sorry For Laughing" (original dos Josef K)
  • "Wishing (If I Had A Photograph Of You)" (original dos Flock Of Seagulls)



np: "Making Plans For Nigel", Nouvelle Vague.

Lisboa 3 - Ubiquidade

Dia 2: Jantar no Hua-Ta-Li, restaurante chinês ao Campo das Cebolas.

Ao longo da minha vida, já fui a muitos restaurantes chineses, mas só gostei de um (pá, sou um gajo exigente), e é este mesmo.
A comida até não é má: tem crepes fritos (estaladiços, e vão melhor com molho doce, pedido à parte, sem custo acrescido), tem gambas fritas, tem Pato À Pequim (frito), tem massa frita, e desconfio que passam o arroz Chow-Chow à frigideira.
O serviço é mesmo bastante rápido, principalmente a bica ao fim da refeição. Devem usar alguma técnica da velha sabedoria chinesa para tirar as bicas, porque pelo método tradicional, simplesmente não dá tempo. Ou isso, ou o café é frito.

'Por favor, não fritem isto!'

Mas o melhor deste chinês é a sua localização.
Mesmo do outro lado da rua está o Restaurante Gaúcho, que apesar de ter 'restaurante' no nome, para mim há anos que é sinónimo de cerveja barata, com um ambiente e clientela manhosa, ao nível das melhores tascas portuguesas (de notar que, apesar de já o frequentar há alguns anos, o seu horário de funcionamneto é, para mim, das 22h às 02h, pelo que, não faço ideia do que lá se passa fora dessas horas.
E como se não fosse suficiente, para ter uma noite em cheio, jantar num restaurante chinês e depois atravessar a rua para beber umas loiras, há sempre a hipótese, se houver estomâgo, de subir o Beco do Arco Escuro, e se esparramar no Aguarela, um bar com um estilo meio underground, meio inclassificável.


np: "Jiu Kuang (The Drinking Song)", Yao Gongbai.

Saturday, July 16, 2005

Lisboa 2 - Instituições


Dia 1: Jantar na Cervejaria Da Trindade, uma verdadeira instituição lisboeta.
Com um ambiente que tresanda a nacional porreirismo, fomos bem atendidos e melhor servidos, com um belo bife de alcatra bem afogado num molho espesso, tendo só por companhia umas batatas fritas bem douradinhas. Não fica atrás da Portugália, não senhor, a não ser talvez no pão, que naquela vem (muitas vezes) quentinho para a mesa.
Para acompanhar pedi, pela primeira vez, uma Sagres Boémia mas...
...
...
...
...estava à espera de melhor (mais sabor - no fundo se calhar estava à espera de outra coisa que não cerveja).
Observação final: muito satisfatório.

Mas esse dia não foi só jantar: fomos aos pastéis de Belém e foi com muito agrado que verificamos in loco que continuam exactamente na mesma (é o que ser quer).

np: "Rua do Carmo", UHF.

Friday, July 15, 2005

Lisboa 1 - O sentimento de um madeirense

Férias em Lisboa (!?!?)
Fizemos o percurso turístico: fomos ver os Jerónimos, que já não nos lembrávamos de os ter visto, fomos ver o Palácio da Ajuda, que já não tínhamos ido ver, fomos ver a Sé Catedral, seus claustro e tesouros, onde já apreciámos o desprezo (aparente?) a que estão votados, fomos ver o Palácio de Fronteira, enquanto ainda há marquês, fomos ver a Igreja de São Domingos, que já não sabíamos o que ver, não fomos ver outras coisas, que já não deu tempo, e depois viemos embora, que aquilo não é o da Joana.

np: "Lisboa (por entre as sombras e o lixo)", Mão Morta.