Monday, April 17, 2006

De pequenino...

Antes de ser pintor, arquitecto, inventor, humanista, ou de se meter em confusões de códigos secretos e descendentes de famílias de sangue real, Leonardo da Vinci foi criança.

criançus viturvius

Porque o melhor do mundo são as crianças.

np: "I Don't Wanna Grow Up", Tom Waits.

Sunday, April 16, 2006

Para rockar em privado

Está a ser desenvolvido um firmware que vem, supostamente, tornar ainda melhor a experiência de ouvir música através de um leitor de mp3.
Chama-se ROCKbox e, entre outras coisas, permite ler ficheiros ogg vorbis, além de ter um visualizador de ficheiros de texto (uma coisa que já tinha achado que fazia falta).
Só é pena ainda não haver uma versão para o Micro Zen da Creative.

np: "Satin Doll", Barney Kessel/Shelly Manne/Ray Brown.

Saturday, April 15, 2006

O paraíso tem os seus problemas

BJ Cole - Trouble In Paradise (2004)

problemas?

É um disco relaxado, bom para ouvir nas noites quentes.
BJ Cole faz-se rodear de convidados (um artista ou banda por faixa), mas consegue criar um disco que retém uma certa homogeneidade.
Parece não haver pretensões de alcançar um nível de obra prima, mas também não será dificilmente esquecido.
Agradável, mas já ouvi melhor.

np: "East Of Eden", BJ Cole.

Friday, April 14, 2006

Prémio Morango de Prata

Também eu, como o Conde Jan Potocki (autor do Manuscrito Encontrado em Saragoça), se me tivesse convencido que era um lobisomem (coisa de que, aliás, ninguém está livre), me suicidaria com uma bala de prata.

Se fosse uma mula sem cabeça, aí é que ficava mais baralhado.

meta lobo sofre

np: "The Suicide Kid", John Zorn.

Thursday, April 13, 2006

Que mistérios tem Saragoça?

jardisn de saragoça
Manuscrito Encontrado em Saragoça é um livro estranho. Fala das aventuras bizarras, terroríficas, eróticas, engenhosas, por que passa a sua personagem principal, Alphonse van Worden, e de todos os que se cruzam com ele (que não são poucos, nem em número, nem em peculiaridades). Estes encontros dão-se, invariavelmente, com personagens que insistem em contar a sua história pessoal, através da qual ficamos a saber que nunca são quem parecem ter sido, à primeira vista.
Ora são princesas muçulmanas, ora são condes geómetras completamente despistados, ora são chefes de ciganos, uns até são famosos (no contexto) foras-da-lei.

Lembro-me de ter ficado surpreendido, ao ler o D. Quixote, pelo forte sentimento anti-muçulmano que se fazia sentir na Península Ibérica.
Neste, escrito 200 anos depois por um polaco, dá-se o inverso. É como se tudo o que é árabe se tivesse tornado no fruto proibido, que deve ser escondido, mas experimentado.

Também disponível em filme.

np: "Revelation Of Doom", Bathory.

Wednesday, April 05, 2006

Copiar bem

Parece haver uma grande confusão na cabeça de alguns jornalistas.
Ontem, por exemplo, numa reportagem da TVI sobre a instauração de multas relativas à distribuição ilegal de trabalhos protegidos por direitos de autor através da Internet, enquanto a repórter não se cansava de repetir que as multas seriam aplicadas a quem fizesse downloads, David Ferreira, entrevistado na mesma peça, só falava em aplicar multas a quem disponibilizasse o material em questão.
Ainda mais estranho nesta história, é o facto de não terem entrevistado um criador, mas sim um responsável por uma grande editora, que, como se sabe, têm uma grande parte da responsabilidade de expropriar criadores dos seus devidos dividendos. Não faltarão exemplos de artistas que se queixam de falta de apoio das editoras, de estas ficarem com os direitos de autor e disporem dos mesmos a seu belo prazer, só editando ou re-editando o material que lhes parece comercial.

np: "Stop Records Advert", Chicks On Speed.

Tuesday, April 04, 2006

para o alto

há alturas

Anthony Braxton, For Alto (1969)

Ao apontar bem para alto, Anthony Braxton fez neste disco o que mais ninguém tinha feito: um disco inteiro de solo saxofone. Saxofone alto, daí o título. Os meus parcos conhecimentos da linguagem do jazz não me deixam perceber se a música (música?!?, dirão alguns) é totalmente improvisada, ou se há partes que foram compostas, mas a julgar pelos rabiscos na contracapa, estou mais inclinado para o segundo caso.
Os sons produzidos, em si, vão do mais sustido ao mais caótico, sem nunca se tornarem melodiosos.
Em resumo, é um disco curioso, mas de difícil assimilhação.

np: "Dedicated To Ann And Peter Allen", Anthony Braxton.