Wednesday, August 18, 2004

Quase um mês...



Ontem fui ver o filme King Arthur.

O produtor deste filme é o mesmo do Piratas das Caraíbas, um filme engraçado, rico em entretenimento e enriquecido com a presença de Johnny Depp, a fazer de pirata azarado mas astuto, que, devido a uma aventura menos boa através de sede, fome e calor escaldante, acaba por ficar com os miolos queimados, e como consequência, comporta-se de forma esdrúxula, clownish, e até efeminada, durante quase todo o filme. Além disso, o enredo dava voltas e mais voltas, sempre por ângulos rectos e agudos (nunca obtusos).

Em relação a este King Arthur, o caso muda de figura.
A ideia até que não é má de todo: pegar na lenda do Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda e criar uma possível História, que por sua vez deveria ter criado a lenda. É um caso de reverse engineering de lendas, como Mel Gibson tentou fazer com A Paixão de Cristo.
E, já que estou a falar das qualidades do filme, também achei que a maior parte dos actores foram bem escolhidos para fazer o tipo de filme que é, i.e., um potencial blockbuster de entretenimento, sem pretensões a mais do que isso (como também não conheço a lenda, não posso falar da relação entre os actores e as personagens lendárias).
Assim, Artur é representado por Clive Owen (um desconhecido para mim), que dá à personagem um aspecto digno da imagem sonhada dos reis com carácter, nobreza e carisma.
Guinevere é representada por Keira Knightley, que também já tinha entrado nos Piratas das Caraíbas, e que é uma figura bonita e feminina, que dá cor ao filme. Parece-me que ela é exactamente o que as pessoas querem ver como o objecto de desejo do protagonista, ao mesmo tempo que luta pelo que acredita (como qualquer boa americana) e, basicamente, não é uma lingrinhas qualquer que está práli à espera que as coisas lhe venham parár às mãos (de notar que este tipo também tem o seu encanto, se bem que tenha caído um pouco de moda).
Eu não conheço a história mais remota da Grã Bretanha, por isso nem me atrevo a fazer juízos sobre o enquadramento histórico. A única coisa que vou dizer sobre isto é que: não me convenceu. Ao contrário dos Piratas das Caraíbas, a história não estava muito bem pensada, e às vezes eram usados argumentos que pareciam tirados de uma novela brasileira, e que não eram nada convincentes a quem estivesse a prestar atenção à história.
E é desta maneira que o filme vai-se desenrolando, mais ou menos lentamente até à batalha final.
Estava à espera de melhor.